quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Itaguaí pressiona estado para retirar de Ciep sem-teto desabrigados após reintegração de posse de terreno


Famílias ocupam uma escola no município. Prefeitura cobra solução para liberar o imóvel, já que aulas recomeçam na próxima segunda-feira (9).

ITAGUAÍ - Às vésperas do recomeço das aulas em Itaguaí, escola continua ocupada por pessoas que aguardam transferência para abrigos

Famílias desalojadas de um terreno da Petrobras em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, ainda ocupam um Ciep no município, para onde foram levados no início de julho.

A prefeitura cobra do governo do estado uma solução para liberar o imóvel, já que as aulas estão previstas para começar na próxima segunda-feira (9).

O Ciep 496 em Itaguaí virou endereço de cerca de 400 famílias. Há mais de um mês elas vivem nas salas de aulas transformadas em alojamentos.

Elas foram para o local desde a reintegração de posse no terreno da Petrobras invadido por centenas de famílias e batizado de assentamento primeiro de maio. A ocupação durou dois meses.

Famílias desalojadas de terreno da Petrobras ocupam escola em Itaguaí / Foto: Reprodução/TV Globo

No dia 1º de julho, as pessoas foram retiradas da área.

A Justiça determinou a desocupação do terreno depois de um acordo em que a Petrobras se comprometeu a fornecer a alimentação das famílias até que elas tivessem um lugar para ir.

Já a Prefeitura de Itaguaí se prontificou a dar alojamento e cadastrar as pessoas em programas de assistência social — 388 famílias foram cadastradas.

A Secretaria de Assistência Social de Itaguaí disse que, desse total, a minoria — apenas 36 — não tem pra onde ir, nem mesmo casa de parente.

"Alguns não são nem do estado. Então, a gente precisa providenciar um acolhimento. Dentro da política de assistência chama acolhimento de alta complexidade. Não tem nenhum vínculo, não tem nenhum referencial. Eles precisam ser acolhidos. O estado se prontificou na última audiência de conseguir esses abrigos para as pessoas que não são residentes de Itaguaí", diz Micheli Sobral, secretária de Assistência Social de Itaguaí.

"Se eu tivesse para onde ir eu não estaria aqui, né? Dormindo num quarto com mais de 30 pessoas no quarto, no chão", fala a desempregada Josilene Oliveira.

Assentamento em Itaguaí / Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com a Prefeitura de Itaguaí, o governo do estado precisa dar um destino às pessoas que estão sem habitação. A Defensoria Pública acompanha o caso.

A Petrobras, dona do terreno, se ofereceu para pagar um cartão alimentação durante seis meses para as famílias cadastradas, mas o acordo ainda tem que ser homologado pela Justiça.

E as famílias dizem que só vão sair quando tiverem garantia de que vão mesmo receber o benefício.

As aulas na rede municipal de Itaguaí recomeçam na próxima segunda feira (9).

A prefeitura quer que as famílias saiam para dar lugar aos alunos e ofereceu uma cesta básica enquanto o acordo para o pagamento do cartão alimentação não sai.

"Essas famílias dependem das políticas públicas para ter moradia digna. E é claro que com a pandemia isso se agravou no país. É necessário que tenhamos unidades de habitação, urbanização de favelas, assistência técnica à moradia, aluguel social e tantos outros tipos de ação pública", diz Henrique Barandier, da Comissão de Política Urbana/IAB-RJ.

O que diz o governo do RJ

O governo do estado informou que está acompanhando o caso junto com a Prefeitura de Itaguaí.

Via: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário