Vereadores afirmam que não foram consultados. Presidente da Câmara afirma que quer evitar invasões como a que ocorreu em 2019 e garantir a segurança dos servidores.
ITAGUAÍ - A Câmara de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, lançou um edital de quase R$ 700 mil para a contratação de vigilância patrimonial armada. Porém, as sessões estão sendo virtuais, e a presença do público não está liberada, por causa da pandemia da Covid.
Os vereadores afirmam que não foram consultados sobre o projeto. O presidente da Casa, Haroldo Jesus (PV), afirma que o objetivo é evitar invasões no local.
Na entrada da Câmara, uma placa avisa que é proibido o porte de armas por qualquer pessoa no plenário, inclusive os vereadores. A exceção é para policiais, ainda assim quando solicitados.
Mas o pregão está marcado para a próxima segunda-feira (12). O valor estimado a ser desembolsado é de quase R$ 700 mil por ano.
Câmara Municipal de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/ TV Globo
Vereadores dizem que não foram consultados
Os vereadores afirmam que a decisão foi tomada única e exclusivamente pelo presidente da Câmara e que não passou por votação no plenário.
"Tudo ele toma decisão sem consultar a mesa, sem consultar o plenário. O plenário é soberano, mas aqui, nesta Câmara, não está acontecendo isso", afirmou o vereador Jocimar do Nascimento (PTC).
Atualmente, segundo os vereadores, a Câmara tem 15 seguranças legislativos, nomeados pela presidência, e um chefe de segurança.
"No meu ver, não tem essa necessidade. A pessoa armada pode tomar uma decisão que, às vezes, não seria boa para aquele momento", afirmou o vereador Gil Torres (PSL).
Em fevereiro, o RJ1 mostrou que, este ano, a Câmara Municipal de Itaguaí lançou um outro edital, para o aluguel de carros blindados. Os três carros sairiam por R$ 350 mil por ano. Entre as exigências estavam a necessidade de ter motor 1.8 ou superior, câmbio automático, quatro portas, ar-condicionado, direção hidráulica, rastreador e som. Os automóveis deveriam, preferencialmente, ter CD player e entrada USB.
Uma moradora da cidade pediu que o dinheiro seja empregado em outros setores.
"Eu acho que tem coisas melhores pra eles fazerem do que isso. Tem muita coisa pra eles gastarem dinheiro, não tem necessidade disso. Tem o hospital ali, Nossa Senhora da Guia que tá estragando, e eles não fazem nada, aqui não tem uma maternidade", afirmou.
Presidente da Câmara de Vereadores de Itaguaí afirmou que contratação de empresa de segurança armada é para evitar invasões do plenário / Foto: Reprodução/ TV Globo
Evitar invasões
A Presidência da Câmara de Itaguaí afirma que o plenário da casa sofreu uma invasão em 2019, alguns vereadores foram agredidos e houve depredação. Ela afirma que a segurança que existe hoje no prédio, que não é armada, não daria conta de casos como estes.
O presidente da Câmara de Vereadores de Itaguaí, Haroldo Jesus (PV), afirma que a medida é necessária.
"Nós tínhamos um contrato de vigilância armada na legislatura passada, este contrato foi encerrado e eu, como presidente da Casa, achei melhor fazer uma nova licitação. A casa tem um histórico de invasão do plenário onde houve, na legislatura passada, cinco comissões processantes, inclusive uma em que os vereadores foram agredidos e retirados do plenário", disse o presidente da Câmara Municipal de Itaguaí.
Ele afirma que já foi agredido e o objetivo da segurança armada é evitar novos episódios de violência.
"Como houve a pandemia e a sessão estava sendo transmitida por videoconferência, não houve a necessidade de licitação no começo do ano. A licitação está sendo feita agora em julho para quando, no segundo semestre, quando for aberto o plenário novamente, dar segurança aos servidores da Casa e os vereadores", afirmou Haroldo.
Via: G1
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