Dados são do vacinômetro, cuja periodicidade não foi informada; Câmara envia requerimento com perguntas sobre vacinação no município e MPRJ faz vistoria no depósito de vacinas da cidade
ITAGUAÍ - Em 4 de fevereiro, a Prefeitura de Itaguaí publicou na sua página da rede social Facebook, pela primeira vez, o chamado “vacinômetro” - um quantitativo de doses que foram aplicadas em grupos prioritários na vacinação contra a Covid-19. Nesta data, o total de vacinados era de 1899 pessoas (profissionais da saúde – 1693; idosos em instituições – 30; deficientes institucionalizados – 7, idosos acima de 80 anos acamados em casa – 169). Na quarta-feira (10), nova publicação do vacinômetro: total de 2098 pessoas (profissionais da saúde – 1852; idosos em instituições – 30; deficientes institucionalizados – 7, idosos acima de 80 anos acamados em casa – 209).
A vacinação, a julgar pelos dados divulgados, tem progredido lentamente. Apenas 159 profissionais da saúde foram vacinados em seis dias; nenhum idoso em instituição foi vacinado neste período, mesma situação em relação aos deficientes institucionalizados, cujo número de vacinados não se alterou: permaneceu sete. Em seis dias, apenas 40 idosos acamados em casa foram vacinados. Estes últimos dependem de cadastro a ser realizado nas unidades de saúde anunciadas pela prefeitura.
REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES
A vacinação foi um dos temas tratados em um requerimento de informações expedido pela Câmara Municipal de Itaguaí (CMI), aprovado em plenário no dia 9 de fevereiro e encaminhado ao prefeito Rubem Vieira (Podemos) no dia seguinte. O requerimento é de autoria da Comissão de Saúde da CMI, presidida pelo vereador Vinícius Alves de Moura Brito (Republicanos).
O documento lista os seguintes questionamentos: qual o cronograma de vacinação está sendo seguido; como está sendo realizado o programa de vacinação no município; quais os locais de vacinação, horários e calendário oficial; como a população está sendo informada sobre a imunização; quais as quantidades de dose que já foram disponibilizadas para o município; quantas pessoas já foram vacinadas na cidade?
O requerimento dos vereadores também expõe a dúvida sobre o motivo pelo qual idosos acamados serem considerados prioridade em detrimento de outros idosos. Questiona ainda se há um cronograma de vacinação para os idosos que não estão acamados e qual idades são consideradas prioridade.
O parlamento também quer informações sobre o número de leitos de UTI disponibilizado para covid-19 e quantos estão sendo efetivamente utilizados.
O prazo para o prefeito responder é de 15 dias, prorrogáveis por mais 15.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEZ VISTORIA
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Saúde da Região Metropolitana I e da Região Metropolitana II, realizaram nova etapa da ação coordenada de vistorias em unidades de saúde. Os promotores de Justiça têm acompanhado pessoalmente a execução do Plano de Vacinação da Covid-19 no Estado. As ações têm por escopo manter regular fiscalização das condições de armazenamento e aplicação de vacinas contra o novo coronavírus, bem como garantir a vacinação dos grupos prioritários e responsabilizar as pessoas que desrespeitam a ordem de prioridade.
A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Saúde da Região Metropolitana I, contando com o apoio dos Promotores de Justiça titulares das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Iguaçu (PJTC Educação, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª), compareceu, na quarta-feira (10/02), à Central de Armazenamento de Vacinas de vários município, dentre eles, Itaguaí.
Durante a ação foram feitas recomendações para aplicação com rigor das normas técnicas constantes no Plano Nacional de Vacinação, em todas as etapas do processo, desde o armazenamento adequado das doses, passando pela capacitação das equipes envolvidas, e melhor organização para o atendimento aos grupos prioritários. Também estão sendo cobradas as recomendações expedidas sobre transparência. Os promotores pontuaram, ainda, a importância do devido registro junto ao Sistema SI PNI do Ministério da Saúde, considerado indispensável para o controle da campanha.
As vistorias nos locais de vacinação, como a que aconteceu em Itaguaí, também buscam apurar denúncias recebidas via Ouvidoria/MPRJ de fura-filas. As inversões de prioridades estão sendo apuradas rigorosamente para responsabilização dos envolvidos, que poderão responder por crime de peculato e, eventualmente, por corrupção ativa e passiva, sem prejuízo do agente público envolvido, que poderá responder por ato de improbidade, com possibilidade de perda do cargo.
O DIA solicitou para o MPRJ informações específicas sobre Itaguaí, mas até o momento não obteve resposta.
Via: O Dia
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