Evento seria no Rancho Magia da Roça, em Chaperó, mas organizador recuou
ITAGUAÍ - Uma série de shows marcada para a noite de sexta-feira (29) em Chaperó, no Rancho Magia da Roça, foi cancelada pelo organizador, o promotor de eventos Léo do Moa. A decisão ocorreu depois que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu denúncias de moradores do bairro preocupados com aglomerações em tempos de pandemia. Um cartaz de divulgação já circulava e destacava o cantor de forró Washington Brasileiro como a principal atração, acompanhado de outros artistas: Luciano dos Teclados, Pegada de Vaqueiro, Clayton Macklin, Rick Mendes Sales e Romão Safadão. O MP acionou a prefeitura de Itaguaí, que por sua vez entrou em contato com Léo do Moa.
O promotor de eventos disse ao O DIA que não cobrou ingressos justamente antevendo qualquer complicação com a fiscalização relativa às restrições sanitárias, e que pretendia vender bebidas para obter lucro. “Ia ter medição de temperatura, álcool em gel e distanciamento entre as pessoas, mas eu entendo que nesse período é mesmo complicado”, analisou. Logo que a prefeitura fez contato, Léo decidiu cancelar, apesar de já ter dado sinal como parte do pagamento da atração principal. “Mas com o Washington eu me entendo”, garantiu. E acrescentou: “Ainda bem que não preciso devolver valores de gente que tivesse comprado os ingressos; agora seria a maior complicação”.
Cartaz do evento cancelado: várias atrações, mas sem cobrança de ingressos
Foto de Reprodução internet
Léo do Moa disse que faz seus eventos preferencialmente em Santa Cruz, sempre com atrações do mesmo gênero, e que a situação está difícil para quem atua no ramo. Ele tinha esperança de conseguir um hiato entre a publicação de renovação do decreto de medidas sanitárias para assim conseguir realizar o evento sem que ele fosse submetido ao rigor das restrições. Mas a mobilização dos moradores de Chaperó, de certa forma, o surpreendeu.
MP ACIONOU A PREFEITURA
Por causa das denúncias dos moradores, o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou em contato com a Prefeitura de Itaguaí para se certificar de que os cuidados para evitar a contaminação com o coronavírus seriam mantidos na cidade.
Em nota, o MP se pronunciou: “A 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Angra dos Reis requisitou à prefeitura de Itaguaí que informe, no prazo de 24 horas, as medidas adotadas para assegurar o cumprimento das normas municipais referentes ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, tendo em vista que o evento festivo em questão tem potencial de causar aglomeração de pessoas e risco grave de transmissão do novo coronavírus. De acordo com o artigo 5º do decreto municipal nº 4.505/2020, segue proibida a realização de eventos que promovam aglomeração de pessoas em locais públicos como restaurantes, bares, quiosques, casas noturnas e boates assim como em propriedades privadas.
PREFEITURA RESPONDEU
A nota do MP prossegue: “Em resposta à solicitação feita pela 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Angra dos Reis, a prefeitura de Itaguaí, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública, enviou um ofício onde informa que não houve flexibilização em relação ao evento. E que o órgão vai realizar a fiscalização."
Bem, agora não vai mais fiscalizar, pelo menos não este evento, por ter sido cancelado.
Não é a primeira vez que o MP faz uma intervenção para evitar eventos com potencial de aglomeração. Em dezembro do ano passado, o “Bolão da Vaquejada” no Parque Antônio Figueira de Melo (também em Itaguaí), foi cancelado depois que a 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Angra dos Reis obteve uma liminar na Justiça obrigando o organizador e a prefeitura impedirem a realização do evento.
Via: O Dia
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