Corpos de Lucas e André, que estavam no Centro Terapêutico Salvando Vidas, não foram encontrados. Outras pessoas que estão no local afirmam que houve rebelião após truculência de funcionários.
ITAGUAÍ - Lucas Pereira da Silva, de 20 anos, e André Moraes de Paula, de 28, estavam internados no Centro Terapêutico Salvando Vidas, em Itaguaí. Os dois fugiram do local e seus familiares receberam fodos deles mortos. O caso é investigado pela Divisão de Homicídios e os corpos não foram encontrados.
Ambos têm esquizofrenia e histórico de uso de drogas. A irmã de André conta que ele ligou para a mãe dizendo que, após deixar o local, tinha sido roubado e que queria voltar pra casa.
"Ela, no susto, acabou desligando a ligação e veio falar comigo. Eu retornei a ligação. Aí foi uma senhora na rua que informou que ele estava querendo ir para Madureira e que o outro menino queria ir para Vila Kennedy, para casa dele. E aí que eles estavam indo para o Centro de Itaguaí", diz Ana Carolina Moraes da Silva.
Pouco depois, um funcionário da clínica identificado como Tiago mandou um áudio para a mãe de Lucas, comunicando a evasão e pedindo mais informações. Tiago não foi encontrado pela polícia.
O advogado do Centro Terapêutico Salvando Vidas, Saulo Mota, disse que o procedimento para casos de fuga foi cumprido, com buscas aos internos por 24 horas. Depois, segundo ele, foi registrado um boletim de ocorrência e o caso passou a ser de responsabilidade da polícia.
Versão de outros internos
As famílias ficaram desesperadas e foram à clínica em busca de informações. A irmã de André diz que foi informada de que eles fugiram pulando o telhado.
"É uma história mal contada, né? Porque como que pode numa clínica onde você tem pessoas que tem problemas com drogas, que tem esse comportamento, eles conseguirem quebrar um telhado, quebrar um chuveiro, fugir e ninguém perceber? Ninguém ver".
A esperança de encontrá-los vivos desapareceu quando uma foto, que chegou via Disque Denúncia, mostrava os dois mortos. Débora, mãe de Lucas, reconheceu o filho. Ana também reconheceu o irmão André.
Outros internos contaram para famílias uma versão sobre o que pode ter acontecido, após uma briga com funcionários da clínica. Uma rebelião teria começado após a truculência de pessoas que trabalham no local.
"Falaram que tinha um menino amarrado, que eles começaram a bater neles e meu filho (Lucas) foi tentar defender esse menino, falaram que era covardia. Aí eles ganhou um tapa no peito e foi enforcado e arriou. Nisso que ele arriou, o André tentou ajudar meu filho e também levou uma porrada".
Via: G1
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