Ideia é formar uma parceria público-privada e criar um fundo com recursos públicos e privados para investir em infraestrutura
ITAGUAÍ - Um olhar para “ressuscitar” o Arco Metropolitano: este é o propósito de empresários da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que se reuniram na quinta-feira (28) com o governador em exercício, Cláudio Castro, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado André Ceciliano (PT). A rodovia BR-493, que liga o Porto de Itaguaí a Itaboraí, atravessa também Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri e Seropédica. São 145 quilômetros de extensão de um importante corredor logístico de carga, hoje infelizmente conhecido - como lembrou o vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da entidade, Carlos Erane de Aguiar - como “Rodovia do Medo”.
Isto porque o Arco Metropolitano já foi uma grande promessa de prosperidade, quando em 2014 foi inaugurado um trecho de 70 quilômetros – o que atualmente se utiliza – ao custo de R$ 1,9 bilhão e, tempos depois, uma série de denúncias de irregularidades. Hoje, a rodovia é alvo de bandidos, assaltos, vandalismo, ocupações irregulares, violência e furtos de postes de energia elétrica. Antes uma solução, de alguns anos para cá o Arco tem sido evitado por motoristas mais prudentes. Mas, quanto ao transporte de cargas, fica difícil evitar. Por esta razão o roubo aos caminhões saltou a índices alarmantes e mobiliza os aparatos de segurança, mas sem muito sucesso.
Este fator – segurança – é precisamente a principal motivação do projeto discutido entre os empresários da Firjan e as autoridades, chamado de “Arco Seguro”.
PARCERIA E INVESTIMENTO
A iniciativa da Firjan prevê a construção de uma parceria público-privada para viabilizar o potencial logístico da rodovia. Por causa principalmente da insegurança, o Arco tem sido subutilizado: a expectativa inicial era de fluxo diário de 30 mil veículos, mas atualmente é metade desse volume.
Um grupo de trabalho organizado pela Firjan já identificou necessidades de infraestrutura mínimas, emergenciais e indispensáveis ao funcionamento pleno, eficiente, seguro e permanente do Arco: iluminação, assistência veicular, socorro a acidentes, dentre outras. Para a execução destas ações, a ideia é criar um fundo com recursos públicos e privados para financiamento do projeto, que seria investido rapidamente em infraestruturas necessárias, como por exemplo câmeras de monitoramento e drones. Outro eixo importante do Arco Seguro é criar uma governança que permita o mapeamento constante de irregularidades e ações para corrigi-las.
AUTORIDADES COMENTAM
Carlos Erane de Aguiar destacou no evento que uma das metas do projeto é zerar os índices de roubo de cargas na via até dezembro. “Nosso desafio é que o Arco Metropolitano seja conhecido como a rodovia mais segura do Brasil. Estamos propondo um projeto viável e bem planejado, que permitirá a expansão de diversas capacidades produtivas do Rio através da infraestrutura necessária para o escoamento das riquezas do estado e do Brasil”, defendeu o empresário.
O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, lembrou que o Arco Metropolitano é fundamental para a economia fluminense e do país, pois faz a interligação entre três outras importantes rodovias federais brasileiras, o que diminui custos logísticos das empresas e, consequentemente, aumenta a competitividade do estado. “Trata-se da primeira grande agenda da Firjan em 2021. Esta proposta de parceria público-privada é um dos pilares do Programa de Retomada da Economia do Estado do Rio de Janeiro em bases competitivas, que visa contribuir para o resgate do desenvolvimento econômico e social no estado do Rio”, avaliou.
Eduardo Eugenio, presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, disse que o projeto "é a primeira grande agenda da Firjan em 2021" - Foto: Vinicius Magalhães-Firjan
O governador em exercício, Cláudio Castro, afirmou crer que a união de esforços entre as instituições é que trará melhorias na segurança pública. “Chegamos a apresentar ao Ministério da Infraestrutura a proposta de reverter a federalização do Arco, trazendo novamente para a gestão estadual, já que, até então, a rodovia não era tratada como prioridade. Vias como o Arco Metropolitano, que são celeiros para diversos crimes, inclusive o roubo de cargas, continuam mal policiadas. Com as parcerias e a integração das forças policiais, temos a plena condição de transforma o Arco numa via segura”.
André Ceciliano (PT), presidente da Alerj, acha importante remover os entraves para os investimentos acontecerem: “Como representantes do poder público, cabe a nós retirarmos as pedras do caminho para os que querem investir no nosso estado. Como a via está pronta, precisamos torná-la segura para que as empresas tenham a certeza de que seus produtos vão chegar aos seus destinos. O Arco é um megaprojeto rodoviário capaz de atrair investimentos para a geração de emprego e renda aos oito municípios às suas margens e também à zona oeste do Rio de Janeiro”, analisou o parlamentar.
Via: O Dia
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