Seis dos 12 parlamentares que deixam a Câmara contam quais são os seus planos com o fim dos
ITAGUAÍ - Depois das eleições, vida que segue. É este o sentimento que parece transparecer para seis dos 12 vereadores que vão deixar a Câmara e que toparam responder a uma enquete da reportagem sobre, dentre outros pontos, o legado que deixam para o município. Alguns deles afirmam que pretendem concorrer em outras eleições, outros são mais reticentes. Vale lembrar que os seis que responderam à enquete estão na condição de suplentes. Isso significa que, na eventualidade de impedimento de algum eleito, podem reassumir as cadeiras.
Dos 17 vereadores atuais, cinco foram reeleitos: Gil Torres (PSL), Fabinho (PL), Sandro da Hermínio (PP), Haroldo de Jesus (PV) e Vinícius Alves (Republicanos).
A partir de janeiro de 2021, novos parlamentares assumem seus mandatos: Guilherme Farias (PL), Fabinho Taciano (PRTB), Julinho (PSC), Alex Alves (PRTB), Zé Domingos (PTB) – este já foi vereador, e Jocimar do Cartório (PTC).
Cabe lembrar que a redução de cadeiras (de 17 para 11) foi aprovada pela Câmara em abril deste ano, e, apesar de pedidos de revisão e de anulação da sessão que aprovou o total de 11 vereadores, nada até o momento modificou essa resolução.
Os vereadores Reinaldo do Frigorífico (PL), Roberto Lúcio Espolador Guimarães (PL) e Sérgio Fukamati (PSD) foram acionados pela reportagem por meio da assessoria de imprensa da Câmara, mas não responderam à enquete.
O vereador Valter Almeida (Podemos) vai deixar a Casa, mas vai assumir o cargo de vice-prefeito, pois foi eleito na chapa que consagrou Rubem Vieira (mesmo partido) no cargo de prefeito.
O vereador Carlos Kifer (PP) não concorreu às eleições: preferiu tentar ajudar a eleger o filho, Guilherme Farias (PL), no que obteve sucesso. Acionado pela reportagem, ele também não respondeu à enquete.
André Amorim (PSC), Nisan César (PTB) e Waldemar Ávila (PDT) não retornam à Câmara porque concorreram ao cargo de prefeito.
Confira abaixo o resultado da enquete com os parlamentares.
ANDRÉ AMORIM (PSC)
André Amorim diz que ainda não sabe qual será seu futuro político e comparou o jogo político a uma partida de xadrez / Foto de Arquivo pessoal
André Amorim deixa a Câmara depois de cumprir um mandato. Ele foi eleito em 2016. A campanha para prefeito foi particularmente difícil para o vereador, principalmente porque seu pai, o ex-prefeito Benedito Amorim, que estava doente, faleceu dias antes das eleições. Na disputa pelo cargo máximo do Executivo municipal, André ficou em sexto lugar, com 6.128 votos.
André, que é advogado e atua desde o ano 2000, diz pretende continuar a atuar na profissão e administrar a empresa da qual é sócio.
Ao fazer um balanço do seu mandato, ele disse: “Meu legado é de combate à corrupção, fiscalização das coisas e bens públicos como jamais havia sido feito antes em Itaguaí. Tenho orgulho de encerrar o mandato limpo, da mesma maneira que iniciei. Termino essa etapa sem processos e sem desvios de conduta”.
Sobre o seu futuro político, usou um esporte como analogia: “Não estou fazendo planos políticos nesse momento. A política é um jogo de xadrez, só que as peças são vivas e todas se movem ao mesmo tempo por motivos e propósitos próprios. Há que se saber vencer e perder nesse tabuleiro, que é a cidade de Itaguaí”.
IVAN CHARLES JESUS (PL)
Ivan Charles - ou “Ivanzinho”, como é bastante conhecido - foi eleito em 2016 com 986 votos. No pleito deste ano, obteve 609 votos. Ele diz que pretende voltar a ministrar aulas de educação física. Também está nos seus planos prestar concursos públicos e seguir com o trabalho social que desenvolve desde 2009 no Instituto Cidadão Feliz.
Ele enumera o legado do seu mandato: criação de 44 projetos de leis (33 leis aprovadas). Como destaque, a lei de incentivo ao esporte, a lei que cria o Centro Municipal Especializado em Reabilitação (Cemer) e a lei de incentivo à cultura.
“Atendemos mais de 500 pessoas em nosso gabinete. Presidi duas audiências públicas sobre emprego, trabalho e renda nos anos de 2017 e 2018. Foram 520 atendimentos ao público, 50 Requerimentos de informações enviados ao poder executivo e 370 indicações legislativas e 44 Projetos de leis apresentados”, lista o vereador do PL.
Ele tem um plano político definido: pretende se candidatar a Deputado Estadual ou Federal em 2022.
NISAN CÉSAR (PTB)
Nisan vai se dedicar à iniciativa privada e disse que ainda é cedo para decidir se vai ou não competir a algum cargo político / Foto de Arquivo pessoal
Um dos mais experientes parlamentares de Itaguaí, Nisan César está no seu quinto mandato. Desde o ano 2000 é um dos políticos mais conhecidos da cidade. Nisan obteve 2.676 votos na última disputa pelo cargo de prefeito. Sobre seu futuro na política, disse que “é cedo para falar que sim ou que não” a respeito de competir por algum cargo público novamente. Ele pretende voltar à iniciativa privada (não mencionou qual ramo) e lembrou que seu gabinete já aprovou mais de 200 leis. Motivo de orgulho: “o carinho e o respeito da população”.
WILLIAN CEZAR (PL)
Apesar de estar apenas no seu segundo mandato, Willian Cezar é um dos mais conhecidos e atuantes vereadores em Itaguaí, tendo se engajado principalmente nas causas dos servidores e da Educação. Willian foi eleito em 2012 e reeleito em 2016. Nas últimas eleições, concorreu pelo PL e recebeu 923 votos.
Sobre como vai ser daqui para a frente sem as responsabilidades de um mandato na Câmara, ele comenta: “Sou professor e estive vereador. A Educação sempre foi minha maior luta, por viver o dia a dia de sala de aula. Durante o mandato, não parei de fazer o que mais gosto, que é lecionar. A princípio, seguirei com essa atividade”.
Em relação ao seu legado na Casa Legislativa, ele responde: “Fui sem dúvida um dos vereadores ou o vereador com mais projetos de lei apresentados. Algumas destas leis mudaram para melhor a vida de munícipes e servidores”.
Willian diz que se orgulha de ter cumprido mandatos participativos e transparentes, sem ceder a pressões ou troca de benefícios: “Fui um parlamentar de carreira solo, como se costuma falar”.
Ele ainda não decidiu se vai competir por algum cargo público novamente: “Ainda é prematuro fazer qualquer afirmação. Mas essa avaliação deve ser feita junto com os munícipes e servidores. São eles é que vão me dizer se devo me candidatar ou não”.
Mesmo sem mandato, o professor promete continuar agindo politicamente: “Ainda tenho muito fôlego para lutar e defender os interesses do município. Até lá, parado eu não vou ficar. A luta por uma educação pública de qualidade, o sonho de uma educação de inclusão e justa para todos nesse município está só começando”.
NOEL PEDROSA (PSL)
O atual presidente da Câmara está em seu segundo mandato. Ele foi eleito em 2012 e reeleito em 2016. Em 2020, na tentativa de se reeleger, obteve 547 votos. Ele diz que o maior legado nos seus mandatos foi a luta pela Educação: “Eu me orgulho por ter ajudado muitas pessoas aqui do nosso município a concluírem sua formação superior”.
Nos seus planos mais imediatos, Noel diz que vai continuar se dedicando à Educação e à universidade Uniasselvi.
Sobre o seu futuro político, o vereador do PSL disse que pretende concorrer mais uma vez ao cargo legislativo.
WALDEMAR ÁVILA (PDT)
Waldemar citou leis importantes que foram obtidas graças ao seu mandato, e disse não saber ainda se vai competir a algum cargo público novamente / Foto de Arquivo pessoal
Waldemar Ávila foi eleito em 20016, e, portanto, essa é sua primeira legislatura. Candidatou-se nas últimas eleições ao cargo de prefeito e obteve 1.699 votos. Ele pretende continuar a desenvolver uma das suas especialidades profissionais: projetos sociais, ambientais e tecnológicos. Também pretende continuar atuando nas empresas onde trabalha.
O maior legado do seu mandato, segundo ele, foi ter atuado pelas causas do esporte, desenvolvimento sustentável, meio ambiente e justiça social. “Aprovamos leis importantes e aplicáveis para a cidade, como a lei do alvará por tempo indeterminado, plano municipal de saneamento básico, projetos de coleta seletiva, doação de sangue, fundamos cooperativas”, enumera o pedetista.
Motivo de orgulho: “Ter mantido meus princípios cristãos, não ter me associado à corrupção, ter respeitado o contrato social e a independência da Câmara em relação ao Executivo. Vou deixar meu mandato da mesma maneira que o assumi: íntegro”, declarou ele.
Sobre seu futuro político e a possibilidade de disputar eleições novamente, ele respondeu: “Deus ainda não falou nada comigo”.
Via: O Dia
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