Novo secretário de saúde diz que hospital de campanha é improvisado e sem condições de atender pacientes de Covid-19

Quantidade de leitos disponíveis que vinha sendo informada até então não corresponde à realidade, afirma Carlos Zoia

ITAGUAÍ - Com a sensação de que o novo governo ainda toma pé da situação, a Prefeitura de Itaguaí começa a movimentar seus canais oficiais de informação e oferece novo desmentido sobre supostos cancelamentos na área da saúde. Desta vez foram, como se diz popularmente, “dois coelhos de uma vez só”: apresentar o novo secretário municipal de saúde e dizer que nada foi cancelado. Há, talvez, um terceiro “coelho”: mostrar que o que se divulgava como infraestrutura na cidade para tratamento da Covid-19 não corresponde ao que Zoia, em pessoa, verificou. Pelo menos no hospital de campanha.

Carlos Eduardo Carneiro Zoia tem 42 anos, é médico, casado e nasceu em Itabira (MG). Zóia já foi diretor do Hospital São Francisco Xavier mais de uma vez, é suplente do vereador Nisan Cesar dos Reis (PSD) e em março deste ano já havia sido empossado como secretário municipal de saúde, durante o mandato de 18 dias do prefeito Rubem Ribeiro (Podemos). Com a nova cassação de Carlo Busatto Junior (Charlinho, MDB) e nova posse de Ribeiro, Zoia volta ao cargo máximo da saúde municipal.

11 LEITOS, AO INVÉS DE 25

O vídeo foi publicado no Facebook oficial da prefeitura no domingo (12), às 21h24. Nele, Zoia se apresenta e faz uma espécie de balanço. Ele diz que no Centro de Triagem de Covid-19 a situação é normal: o quadro de funcionários está completo e o movimento tranquilo. Quase não há pacientes. Quanto ao hospital de campanha, Zoia, a princípio, diz que “tudo flui normalmente”.

No sábado (11), a página “Política-RJ” publicou uma postagem feita por um dos cinco administradores dizendo que o novo governo havia fechado a unidade. O secretário reafirma o que a prefeitura já havia desmentido em outra postagem, no mesmo sábado: “é tudo fakenews”, diz ele.

Interior do hospital de campanha: improviso, falta de equipamentos e quantidade de leitos menor do que o divulgado, diz Zoia - Reprodução - Facebook oficial PMI

Porém, a avaliação de Zoia de que “tudo flui normalmente” muda um pouco quando as imagens mostram o interior do hospital e suas reais condições. Neste momento, ele diz: “infelizmente, o local é totalmente improvisado, sem circulação de ar, sem central de gás. Nos foi informado que havia 25 leitos, mas encontramos apenas 11 com condições de funcionamento. Os monitores são obsoletos, cilindros estão sem válvulas e sem fluxômetro”. Ele complementa: “o local está muito aquém do que precisamos para atender pacientes que necessitam tanto”. E o vídeo assim se encerra.

O texto da postagem que disponibiliza o vídeo faz menção à uma mudança de condições: "Todos os esforços estão sendo feitos para disponibilizar os equipamentos que estão faltando e fazer as adequações necessárias nas unidades de combate à Covid-19".

Via: O Dia